Tudo foi pelo medo
Eu não quis correr
Com medo de cair
Eu não quis lhe ver
Para não ver fugir
Eu não queria despertar
Para teus olhos não enxergar
Eu não quis lhe trair
Para me arrepender do que fiz
E nos teus olhos eu sabia
Que um dia poderia nascer
E ser como qualquer mortal
Errar, acertar, gemer e suar
Mas você era uma deusa distante
Eu, apenas um fiel
Ajoelhado diante do altar
Suplicando pela graça
De poder ver a luz
Dos seus olhos
Do seu interior
Sentir o calor
Curar minha dor
Tirar-me desta cruz
Em nome da compaixão
Pelo teu nome, o meu perdão,
Agora onde estás?
Mas quem sou eu para me aproximar?
Nem mesmo um anjo caído eu sou
Eu tenho medo de te olhar
Medo de me aproximar
Medo de lhe dizer tudo que passa
Quando meus pensamentos buscam os seus…
E agora onde estás?
Talvez junto de seu sonho
Aquele que lutou, que no mar bravo regressou
Quando naufragou, eu perdido continuei
Apreciando de longe a tempestade nos montes
Com medo de nadar e morrer na praia
Eu no cais permaneci, olhando para a linha do horizonte
Hoje termina minha vida, eu vejo minha felicidade
Passar tão longe…
E tudo foi apenas pelo medo
Primeiro tive medo de errar
E depois de tantos anos com medo de errar
Não fui pelo medo de falhar
Hoje minha vida se esvai e não tenho medo de não voltar.
Autor: Adriano Villa