Talvez um dia eu te ligue…
Talvez um dia eu te ligue
E te chame para um encontro.
Não sei como vai ser depois,
Tanto tempo já passado,
Nossa história morreu sem contos.
Mas se o encontro surgir,
Quero ver-te sentada à minha frente,
E retendo o instinto de querer falar,
Eu vou querer te ouvir,
E em silêncio, eu irei te escutar.
Entre os tragos tímidos do teu café
Deixarei a imaginação em liberdade,
Relembrando tantos atos e ações,
Que ficaram no tempo aguardando,
Esperando continuações.
Não sei como vai ser depois,
Não gosto de precisar nada,
Tu bem o sabes;
Depois que terminares
De tomar o teu café,
Vou declarar-te uma poesia,
Vou tomar-te pelas mãos
E pedir que me acompanhes.
E caminhando lado a lado,
De mãos dadas outra vez,
Parecerá um sonho,
Ou um déjà-vouz se repetindo,
E quem sabe nos conduzindo,
À antiga fonte do prazer.
Sabes o quanto sou organizado,
Mas em matéria de amor,
Jamais organizo nada,
Não deixo as emoções em pausa,
Nem escrevo o que irei sentir.
Mais bem, sei usar o pincel,
E pintando-te com açúcar e mel,
Criarei nos teus lábios um sorriso,
E beijarei a flor do teu umbigo,
Recordando o início de nós dois.
E na memória surgirão os momentos
Momentos que ficaram esculpidos…
Esculturas de arte cinzeladas,
Com suor dos nossos corpos.
Declarações vivas de amor,
Que daria inveja aos poetas,
Que em prosas, poemas e versos
Inutilmente tentariam compor
Sentimentos que a alma decreta
O que criamos unidos e imersos
Em sublimes momentos de amor.
Mas talvez um dia eu te ligue…
Para dizer-lhe o quanto foste melhor!
Para que saibas que o teu amor ficou intacto,
Na pele, no coração, no sorriso de um retrato,
Que ainda guardo na minha carteira,
Com versos inéditos que um dia fiz para ti.
E talvez esta seja a única maneira…
Convidar-te para um café outra vez,
E tendo-te sentada à minha frente,
Entre os tragos tímidos
Dos teus goles demorados,
Escutarei em silêncio e calmamente
Tudo aquilo que não disseste,
Á minha alma tão distante da tua.
Que fez sangrar numa espera,
Na solidão fria que desespera,
A esperança da tua alma desnuda.
Autor: Hassin Ghannam