O Homem Perfeito
Não é novidade nenhuma que eu ando estupefata do que disponho, amorosamente falando, que quero novidade, e que preciso de inovação, já gritei em CAPS LOCK, berrantes e agudas; e acredito que, quase o mundo inteiro pode me ler. Ou, escutar. Não reclamo de não ter um namorado. Só passarei o dia doze de junho solitária, por opção. Acho muito mais bonito passar com um real namorado, do que com qualquer companhia incompleta. E como a minha vida amorosa anda mais vazia do que bolso furado, fica fácil imaginar uma pessoa ideal. Imaginar, e não ter. Porque metade da laranja, e alma gêmea, univitelina ainda por cima, não existem. O que existe é alguém que caiba na nossa rotina e que se adeque ao nosso dia-a-dia. Que goste da gente, na mesma medida métrica que a gente gosta dela. Mas apenas por hoje, e por alguns momentos, não me custa proferir o que quero. E o que acho digno, na minha grande exigência, que um homem tenha.
Charme é essencial. Primeiro lugar, topo das paradas. Uma voz que gruda e faz fugir pensamentos, um jeito todo especial de escrever, de batucar os dedos com ritmo e desventura sob os móveis. Não precisa de beleza perfeita, cabelos loiros e olhos azuis. Mas o charme, sim. Aqueles nos gestos, e nos modos à mesa. Ou frente à toda e qualquer situação. Esse combo que faz atrair, faísca que explode num olhar. Talvez esteja o charme, na autenticidade. Em ter um jeito único, de tudo. Ser autêntico, é charmoso, sim. Mas é como se esse borogodó, apenas sustentasse todo o resto. Árvore que segura os galhos, mas pode deixar cair. Sozinha, não sobrevive. Inteligência é outro quê que faz pensar, “puxa, mas como eu não sabia isso”, “será que ele sabe sobre tal coisa?”. Fundamental. Afinal, de que adianta todo esse sex appeal, e desenvolver um papo que não fluí, não saí do chão? Nada, estanca apenas no físico e nada mais.
Ser sincero é tudo. Faz milagres, e dá crédito, seja no começo, ou no final de qualquer relacionamento. A gente só crê naquilo que acredita; e como acreditar em alguém que não nos passa a mensagem final de estar falando a verdade? Seja tão horrenda qual for.
Sinceridade é uma ótima. Gostar de natureza, maravilhoso. Homem sem frescura, com jeito de homem, dá a sensação de conforto que qualquer mulher precisa – e aprecia. Que mata barata, dorme em saco de dormir, e não se importa se o seu cabelo está bagunçado, ou em emprestar um pijama. Homem com H, isso sim. Que pode não entender muito sobre moda, e nem se interessar, mas que não faça a combinação bizarra de duas estampas, por favor. Que pelo menos, opte pelas cores sóbrias e básicas, tão fácil de se combinar entre as mesmas. E não use toca de frio (muito menos de banho, por favor…), calça sureca, ou regata se pra isso não tiver porte. Óculos de sol, somente quando os raios solares infiltrarem a rua e a janela. E só. Barba. Adoro barbas. Mas não no estilo Los Hermanos, e sim aquela que roça, que dá charme… Por fazer, ou de três dias: um must. Tem que ter!
Cara de pivete, não faz muito meu estilo. Porém, atitude conta mil vezes mais, do que rosto. Que seja romântico, mas não grudento. Mande flores, e alguns bilhetes apaixonados. Mas, ocasionalmente, não sempre. Que tenha um emprego legal, e queira prosperar nisso. Ou em outra área, mas que pense grande, tenha seus pensamentos voltados para frente, pro futuro. Que assista ao futebol, e te leve junto – se você ainda não é desse mundo, que faça você se interessar. Não precisa ter o mesmo gosto musical que o seu, mas que tenha mente aberta para poder, ouvir sem reclamar, e começar a apreciar, as excentricidades que você escuta. E o mesmo, com você. Que use um perfume marcante; mas apenas depois do meio-dia. Que sente sob uma árvore, converse sobre todos os assuntos possíveis, em horas intermináveis, tomando litros de chimarrão. Que não seja demasiadamente velho, mas sim, tenha maturidade.
E o principal, e que não pode faltar: que goste de você, do jeito que você é. Acordando pela manhã, com a pele ainda marcada pelo travesseiro, correndo no parque e suando à bicas, brincando com o cachorro no parque, e fazendo caretas infantis. De roupa, e sem. Lendo, e cantando. De qualquer maneira exótica e diferente, que é o que sei ser.
Um último conselho, então: e que você goste dele, e aceite cada pequeno defeito, com muito amor. Amor de igual pra igual, na mesma medida exata da fita métrica. E mesmo que não sejam felizes juntos, que seja eterno enquanto dure!
Autor: Desconhecido