Não preciso dizer mais nada. Sem mais!
Então, não perca seu tempo comigo.
Eu não sou um corpo que você achou na noite.
Eu não sou uma boca que precisa ser beijada por outra qualquer.
Eu não preciso do seu dinheiro.
Muito menos do seu carro.
Mas, talvez, eu precise dos seus abraços fortes.
Das suas mãos quentes.
Do seu colo pra eu me deitar.
Do seu conselho quando meu lado menina não souber o que fazer do meu futuro.
Eu não vou te pedir nada.
Não vou te cobrar aquilo que você não pode me dar.
Mas uma coisa, eu exijo.
Quando estiver comigo, seja todo você. Corpo e alma.
Às vezes, mais alma. Às vezes, mais corpo.
Mas, por favor, não me apareça pela metade.
Não me venha com falsas promessas.
Eu não me iludo com presentes caros. Não, eu não estou à venda.
Eu não quero saber onde você mora.
Desde que você saiba o caminho da minha casa.
Eu não quero saber quanto você ganha.
Quero saber se ganha o dia quando está comigo (…)
Ou me quer e vem, ou não me quer e não vem.
Mas me diga logo pra que eu possa desocupar o coração.
Avisei que não dou mais nenhum sinal de vida, e não darei.
Não é mais possível. Não vou me alimentar de ilusões.
Prefiro reconhecer com o máximo de tranqüilidade possível que estou só,
do que ficar à mercê de visitas adiadas e encontros transferidos.
Autor: Caio Fernando Abreu