Tudo que Nós Precisamos é Amar!
Sabe aquele cara, que diz que não tem tempo pro amor, que quer se focar nos estudos, trabalho, ou atividade física, e que tem preferido ficar sozinho? Ele quer se apaixonar. Desesperadamente. Sem culpa, dó, dor ou remorso. Quer alguém que o faça perder o sono, cair nas horas, e sonhar acordado. Que mude a sua existência, marque e fique. Nem que seja temporariamente, que entre pra sua história pessoal. Pro acervo da memória, resguardada, íntima e interna. Não só ele, assim como o menino que vai pra festa, e pega várias. Ou aquele seu amigo que tem uma agenda telefônica imensa, e uma solidão que quase pula pra fora, no peito. Se vangloria de ter levado um número grande de garotas pra cama (quando deveria é agradecer, de não ter pego nenhuma DST – ainda.) Todos querem é cair de amores. Não me contradigam: é verdade. Até o mais canalha dentre todos os cafajestes que já apareceram na sua vida. Pode apostar. Quando vai dormir, pensa em ter alguém pra fazer um cafuné quando ele bate o carro, está se gripando ou o dia fica pesado. Alguém com quem possa viajar, curtir um som em paz, e dormir com cumplicidade. Acordar, e saber que está ali – por ele, para ele. Querer ao seu lado com urgência, paixão. Ligar a qualquer hora para dizer: ei, como foi o seu dia? Porque ele realmente se importa, e quer saber. E não para cumprir tabela, e largar fora depois, feito cotonete usado. Contar suas histórias, seus dilemas, sabendo escutar com ouvido atento tudo que lhe é dito; tamanha fome de informação, sem detalhes perdidos pelo caminho. Um pouco de ciúme, que é pra apimentar periodicamente. Mistério, para que se vá descobrindo aos poucos, e encantando-se ainda mais. Alguém que apareça, e faça mudar de idéia e princípios, teoremas. Cometer loucuras, furtivas e inesquecíveis. Mesmo que amanhã tenha que acordar cedo e as tarefas sejam muitas. Que ainda seja cedo para pensar no futuro. Sentir é que é o ápice. E não é atrás disso que todos estamos, sempre? Aquele brilho no olho, que conta muito mais do que qualquer convite rebuscado, cheio de estilo. Um sorriso tímido, que feito figurinha, cola no inconsciente, e visitamos, sempre que queremos um minuto de paz. Dois corações acelerados, na mesma frequência exata, sem querer saber do resto do mundo, de nada. Ter em quem pensar, quando os comerciais românticos aparecem, ou a pegação fica mais forte nas cenas que a televisão reproduz. Uma mão que te toque sem maldade, malícia ou posse: apenas amor. Vejam vocês, amor. Primeiro uma paixão que incendeia, e abrandada, vai ficando, e tornando a ficar, marcando a ferro e fogo, iniciais e letras, lá dentro, fundo. Love is all you need. É mesmo! Como num sonho bonito que sonhamos, mas muito melhor: sem beliscão pra acordar, e sim duas bocas que se sentem, pele com pele que se tocam. E é disso que estamos atrás. Tanto eu, como você. E o caminhoneiro, que assobia a cada bundinha redonda que vê passar pelas ruas. Aquele executivo, terno bem passado e gratava no lugar, e seu casamento de fachada. O seu amigo que coleciona calcinhas que cada par de pernas abertas que explorou, e também aquele moço que diz não querer o amor, nem nada que lhe tire o foco, a atenção. Mentira dele. Todos queremos escutar sininhos e sinetas, ver pássaros azuis, e anjos. Ir até o outro lado do mundo, se preciso. Ninguém está fechado para balanço, porque quando o tal amor entra em jogo, tudo se abre, sem revisão e dúvida alguma. O que não admitimos é perder tempo com aquilo que não nos faz ter o mínimo de decência e consideração – e que seja muito mais que apenas tesão.
Autoria: Camila Paier
Autor: Camila Paier