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Para a terra do nunca

Desculpe
Mas tenho que lhe perguntar
Aproveitando este momento
Por favor, agora você precisa me escutar
E, talvez me ajudar.
A encontrar um lugar
Para ambos navegar
Hoje o dia não nasceu claro
Pois teus olhos não brilharam
Senti o frio mesmo estando sol
E neste instante percebi
Que estava perdido no mundo
Eu tentei me guiar pelas estrelas
Mas nenhuma estava a vista
E você estava distante
Em outra dimensão
E o que você faz durante o dia
Enquanto eu adormeço em pensamentos?
Quais caminhos teus pés lhe levam?
Quais pensamentos povoam sua cabeça?
O que esperar de amanhã?
Ganhamos rosas, mas podemos ser feridos por espinhos
E, durante todo esse caminho
Poderemos sempre nos deparar que estamos sozinhos,
Mas agora lhe pergunto
É esta estrada que deseja percorrer?
Um sonho. Um desejo. Um pensamento?
É esta flor que deseja ver nascer?
Um sorriso escondido na mente para apenas ver?
Eu tenho que lhe perguntar
Pois, eu também penso e tento
Ao menos sentir, o desejo lateja na minha alma imortal
E neste instante é tudo que preciso
Entregar-me ao lento movimento da dança
Ao lento movimento dos corpos
Que se encaixam e se completam
Ao lento e doce movimento das línguas
Que buscam em suas bocas
O desejo perdido que tornou-se esquecido
Nas margens das decepções
Mas agora, lhe pergunto, é isso que quer viver
Através das próximas estações?

Para a terra do nunca

Autor: Adriano Villa

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