Aos caminhos que se compartilham
O que vê quando olha em meus olhos?
Será que enxergas o que verdadeiramente sou?
O que você ouve quando lhe digo?
Pois muitas vezes suas atitudes parece castigo
E algo que era para ser doado
Se torna forçado e como um condenado
Sinto-me trancafiado em seus braços
Um sentimento maior do que amor
É disso que o chama
Aquela chama que vangloria dizendo ser verdadeiro
Mas se o amor é livre
Porque o faz tornar-se tão derradeiro?
Eu vejo um futuro além de seu ombro
Você poderia fazer parte dele
Mesmo não sabendo como será na verdade
Muitas vezes, basta um pensamento para alcançar
Mas, diga-me, como posso pensar em estar ao seu lado
Sendo que ao seu lado me sinto trancafiado?
Você tenta vendar meus olhos na rua
Você tenta calar meus lábios ao vento
E você consegue inibir meus sentimentos
Mas não percebe que com isso
Pisa na semente que plantaste em meu coração
E lembra o próprio escorpião
Que se envolve com sua calda até picar-se com o próprio ferrão.
Você olha nos meus olhos e pergunta
Sobre aquela mesma pessoa que conheceu anos atrás
Você diz que aquela lhe levava aos cumes
Percebes que de meus lábios não possui o mesmo calor
Mas não reparas que é assassino teu ciúme
Pois todos nós temos uma realização pessoal
Que com o passar dos tempos compartilhamos
Pois a felicidade de alcançar é satisfação
Mas quando o ser se sente preso
Tudo que deseja é se livrar das barras desta prisão.
Aos caminhos que se compartilham
É sempre bom poder contar com alguém para festejar
Aos caminhos que se dominam
Um dia, o prisioneiro ira escapar
E onde um dia habitou, se tornará vazio
E em seus lábios a saudade e o frio
Farão o seu covil.
Autor: Adriano Villa